há momentos em que aparentemente o tempo parece estar parado
um acordo com ele mesmo
o minuto em que as nuvens não se movem
olho-as... completamente imóveis
o segundo em que sustenho a respiração
sinto-me... completamente só
a hora em que a trincheira guardou a ruína do assalto a um nada
vi-a... completamente impotente
atravessa o teu olhar no tempo
observa como de tudo se apodera
as silvas deixaram os seus espinhos cravados no meu corpo
todas as cicatrizes, que ficaram invisíveis, sangram
e quando um outro espinho faz nova ferida
unem-se numa sangria desabrida
para gota a gota me esvair em sangue
atravessa o teu olhar no tempo
quando me olhas e não vês a diferença do ontem
ou notas... mas não o dizes
escondo-te as chagas
mas não os primeiro fios de prata nos cabelos
ou as primeiras rugas
e atravesso o meu olhar no tempo
.
e só consigo alcançar a ruína, perdida num tempo que não parou...
.
9 comentários:
de quando a idade não avança na mesma medida do tempo, por a primeira ser sempre jovem e o segundo tão antigo.
Aparentemente o meu tempo parou ao ler este escrito.
Quieto, a pensar, a reler.
Grato.
tudo se move com o tempo...
um abraço.
O sortilégio do Tempo com sílabas, consoantes em palavras de poesia fluída e linda!...
Abraços!
não voltamos todos, ruínas ou apolíneas estátuas, à natureza madre?
Tufa,
Adoro as tuas palavras tecidas assim:Quase um grito do mar.
Mas porque eu sei bem que tu sabes fazer a rosa do tempo nascer bela.
Assim como você!
(a)braços e flores :)
O tempo pode ser o nosso maior inimigo se o ignorarmos por completo...
Se o vivermos intensamente....brilhamos...
Texto vibrante.....
Beijos e abraços
Marta
A ruina não se alcança.
___acontece___nos.
Só para nos so____erguermos.
É as vezes bem que eu gostava que o tempo parasse mas só as vezes.
bjs
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