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sábado, 7 de março de 2009

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seria o seu canto escuro. o canto que podia confundir-se com o tão conhecido quarto escuro. aquele onde a fechavam quando fazia asneiras. onde só ouvia. ouvia-se. lamentava as injustiças. revia figuras humanas cobertas de espinhos. e esperava pacientemente o final do castigo imposto. recebia ordem de despejo dos locais de luz. e assim a nomeavam pelos seus dois nomes. qualquer coisa maria. acreditava que era para conseguir impor castigos que existiam dois nomes. não o faria com os seus filhos. para não terem que passar por quartos escuros, escolheria apenas um nome a cada um dos que parisse.
nada disso a aliviou da injustiça. para esta não tinha lágrimas. para esta não tinha palavras amargas. e tinha a certeza que o tempo não curaria nada. a certeza que não iria esquecê-la... nunca!


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6 comentários:

Unknown disse...

O meu filho tem um só nome próprio.
Pelas mesmas razões!
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[Beijo...@]

Luís Galego disse...

perturbante...a (re)ler....

Ricardo Silva Reis disse...

Interessante esta teoria dos dois nomes. Os meus 4 filhos tem todos dois nomes próprios. Fiquei a pensar no teu texto. Acho que preciso de o reler.
Beijinhos

as velas ardem ate ao fim disse...

e tinha a certeza que o tempo não curaria nada. a certeza que não iria esquecê-la... nunca!


assim me sinto.

bjo

maria josé quintela disse...

"acreditava que era para conseguir impor castigos que existiam dois nomes."


é extraordinário como isto é verdadeiro. só não sei porquê.


um beijo tufa.

AnaMar (pseudónimo) disse...

Verdade dolorosa.