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quarta-feira, 3 de outubro de 2007



chamei-te tantas vezes
certa que ouvirias
sem gritos, sem revoltas
sabes que por ti não durmo
e sabes porque não o faço
conta-me uma verdade
mas uma que o seja
e, como uma criança, acreditarei nesta
acalma-me os dias
que são de ardência
sossega-me os suspiros
que já doem no peito
as lágrimas, ácidas
a saliva que me seca os lábios
os braços que doem de não haver força para abraços
e, como uma criança, aceitarei de novo o teu aconchego
afaga-me
que o coração, que dizem não doer, doi-me a mim
salta-me nas veias
em todas elas
os músculos tremem-me
e, como uma criança, quero ainda o teu colo
chamo-te tantas vezes...





6 comentários:

maria josé quintela disse...

a verdade é tão fugaz que não se prende na pele, mas no vento.

Anónimo disse...

AMIGA TUFA

FICO SEM PALAVRAS COM A INTENSIDADE DESTE TEXTO... OU SEJA, PREFIRO SENTI-LO, SEM COMENTAR...

BEIJO SENTIDO

jorge esteves disse...

(...)conta-me uma verdade(...)
A súplica de um poema triste. Se essa verdade não chegar, deixo aqui, em silêncio, ao pé da porta, um recadinho:
'A maior das maiores tristezas é não ser capaz de desejar'.
abraço

tchi disse...

A verdade merece um colo, um abraço, o amor. Tudo em verdade, mesmo que em instantes possa doer.
Beijinho.

un dress disse...

dessine moi um mouton...





abraÇo

APC disse...

Fiquei aparvalhadamente muda com as palavras tradutoras de um grito que contenho:

Sabes que por ti não durmo
Conta-me uma verdade
Mas uma que o seja
E, como uma criança, acreditarei


Um grande abraço.