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domingo, 22 de abril de 2007



vi papoilas pálidas, na beira da estrada.
cândidas e impávidas,
como se nenhuma brisa as pudesse tombar.
a sua palidez seria do desprazer de ali estar.
uma beira de estrada,
feia,
rodeada de velhos edifícios,
ruínas,
transuentes distraídos.
até o sol lhes ofuscava o olhar
para não verem ao seu redor.
para quê corar?
quem iria reparar?
estranho para elas,
do outro lado não há sol.
o rio confunde-se com a névoa.
a outra margem está oculta,
para as papoilas e para mim.
a ponte está cortada.
a névoa,
que se apoderou de parte dela,
cria-me um abismo no olhar.

fica a ponte para trás,
as popoilas no seu repouso matinal
e a névoa persegue-me à esquerda.
não vejo o porto.
como cada lado parece tão belo visto do outro!
mas não agora
como cada lado parece tão pobre visto de si mesmo!
sim... parece agora.

3 comentários:

maria josé quintela disse...

independentemente das papoilas serem sempre belas, a perspectiva do olhar é interior. assim, vês o queres ver e, ainda que tudo à volta seja nevoeiro, tu podes ver através dele.

um beijinho.

sonhadora disse...

Amando, sonhando, sorrindo.
Beijinhos embrulhados em abraços

yoshihiro disse...

Adoro papoilas!
Pela sua cor, pela sua simplicidade!
Gostaria que todo o mundo fosse assim, simples... bonito!

bjs