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sábado, 24 de março de 2007

dia natal... fim de tarde... finalmente os olhos encontram-se, por acaso... sem perguntas, questionam... como estás? que bem estás!... deixei-te uma menina e encontro-te mulher. ganhaste corpo, músculos, ficas bem nesse sobretudo cinza... porque não me respondeste? fi-lo e não tive coragem de enviar... senti-me só, tão longe. arrependo-me, não posso voltar atrás. ... vais voltar? gostaria de ficar se tu.... que bem que estás!
o silêncio de uma praça cheia até às costura, repleta pela algazarra de crianças, iluminação natalícia, azáfama de compras,... que silêncio... onde estamos?
olha de novo, não... nunca chegou a tirar os olhos dele desde que o reviu... nunca tirou os olhos dela... todos os deixaram... todos os entenderam...
a que horas nos encontramos? saio à noite, depois do jantar. ... encontramo-nos aqui? encontramos...
que longo, o jantar... encontraram-se como combinado...
onde vão? não sei, mas tenho que ficar com eles... eu fico. cabemos todos?...
é tarde! vamos ao pão quente, vêm?... é melhor.
o seu colo foi o espaço para ela, eram muitos no mesmo pequeno carro.
a conversa ficou para os outros, entre eles só houve olhares, sem desistências, quase sem pestanejos... seguros, maduros.
o pão acabado de fazer, fazia derreter a manteiga... não saberia a nada... o espaço estava à nossa espera... duas grandes salas da festa em família, agora livres... um espaço ficou reservado, instintivamente mais ninguém lá entrou só ele e ela.
algo os colava, os aproximava, os testava... os olhares não mudavam de direcção apesar da privacidade... foram tantos anos... estavam a recuperá-los...
a beijos acabaram por vencer e os olhos fecharam-se, os abraços apertaram-se... eles sucumbiram
uniu-os de novo, uma morte anunciada... nunca o viram como presságio.
as perguntas continuaram sem aparecer no ar... vais voltar? quando voltas? já que sei porque vieste!... se eu pudesse ficar... se me deres uma razão que seja para ficar....
fica... fica hoje, pelo menos... depois veremos.... não é assim!... se fico, não posso ver depois... vem comigo! não posso, não quero. tenho tudo aqui... eu tenho alguma coisa lá... se me deres meia boa razão eu fico e deixo o que tenho lá...
gostava que ficasses, é uma boa meia razão? pedir-te que fiques é uma razão?... sim , é para mim quanto basta.
que te peço eu? devo estar doida!... e o que tens lá?... foi tanto tempo...
mas se te digo que para mim é quanto basta. eu é que decido ficar... se tu quiseres que eu fique...

recomeçou uma nova guerra, desta vez recomeçáram-na os dois...
perderam uma ou outra batalha, sim... mas a guerra, a verdadeira guerra, foi uma vitória sem par... sem venenos, sem traições...

separou-os, uma morte não anunciada... haveria o presságio!
as perguntas apareceram no ar... fugiste? disseste que ficavas... por quanto tempo vai ser?... não me deste uma meia razão para partir... fica só mais um pouco... espera que amanheça... tenho medo da noite, tu sabes!... aquece... aquece já!... porque tardam tanto?... que ilusão a minha... não voltas, não é?

acalmou-se, pareceu acalmar-se... chegou a odiá-lo por isso...


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