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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

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a minha voz interrompe-se de palavras
existe,
num papel pintado com uma aguada onde o pigmento foi esquecido
... ou com um pincel sem cerdas
isolada na margem de um rio de corrente contrária ao sentido do vento
no fungo que se apodera do tempo
abandonada numa ilha sem aves, sem poente ou nascente, sem azuis aquáticos, sem sol ou lua
onde não há luz ou nem deixa de a haver
onde não há guerra ou paz
... fome ou gula
... prazer ou dor
e tudo apenas porque as palavras perderam o sabor



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4 comentários:

Marta Vinhais disse...

Fica só o silêncio...pesado e dorido...
Num deserto que nem as palavras sabem descrever...
Lindo como sempre
Beijos e abraços
Marta

as velas ardem ate ao fim disse...

saborea o silencio em paz.

um bjo

della-porther disse...

tufinha

vim matar saudades.
beijão


della

Nilson Barcelli disse...

Escrever assim não é nada fácil, pelo menos para mim...
Poesia incolor... mas também indolor e até sem sabor.
Um poema "caldinho-de-arroz-de-dieta-de-palavras" muito bem escrito.
Beijo.