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a minha voz interrompe-se de palavras
existe,
num papel pintado com uma aguada onde o pigmento foi esquecido
... ou com um pincel sem cerdas
isolada na margem de um rio de corrente contrária ao sentido do vento
no fungo que se apodera do tempo
abandonada numa ilha sem aves, sem poente ou nascente, sem azuis aquáticos, sem sol ou lua
onde não há luz ou nem deixa de a haver
onde não há guerra ou paz
... fome ou gula
... prazer ou dor
e tudo apenas porque as palavras perderam o sabor
.
4 comentários:
Fica só o silêncio...pesado e dorido...
Num deserto que nem as palavras sabem descrever...
Lindo como sempre
Beijos e abraços
Marta
saborea o silencio em paz.
um bjo
tufinha
vim matar saudades.
beijão
della
Escrever assim não é nada fácil, pelo menos para mim...
Poesia incolor... mas também indolor e até sem sabor.
Um poema "caldinho-de-arroz-de-dieta-de-palavras" muito bem escrito.
Beijo.
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