.
.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

não posso ficar indiferente ao silêncio de uma história sem fim. semelhante tortura para palavras e beijos. mesmo engasgada acabarei por emitir um som que me deslinde. deixar-me-ei ir na ondulação, flutuarei na corrente, ao sabor do vento. cruzarei pontes guiada pelo teu farol. se entardeceu, acenda-se a maior das luzes. se anoiteceu despertem todas as estrelas. amanhecerá de novo mesmo que sem sol. as palavras e os beijos renascerão. parece-me que não me calarei mais. e se o momento é de silêncio... diz-me... calar-me-ei mas nunca indiferente.




5 comentários:

Pedro Branco disse...

Ser-me ou ter-me, eis uma corrente
Que de mim se esvai junto às margens
Por entre todas as dores e viagens
Da existência cruel de quem se sente

Ser-me de novo a cada novo cantar
Ter-me ainda, encolhido e sem ar
Ser-me forte, desmaiando na vertigem do andar
Ter-me fraco, por ti, que me olhas sem olhar

Ser-me ou ter-me, de janela aberta
Na penumbra das noites solitárias
Roçando a alma às tempestades várias
Perdidas na incerteza da hora certa

un dress disse...

do

espelho:

in

side

maria josé quintela disse...

há um tempo para calar
.
.
e
.
.
um tempo para dizer.

Maria disse...

Não posso ficar indiferente ao silêncio de uma história sem fim.
Mas também não poso ficar indiferente ao comentário do Pedro.....
Dois textos de excelência, aqui, hoje, de uma assentada....
Obrigada.

Beijos, Tufa

lamia disse...

Há silêncios que falam. Alguns magoam. Outros há que reconciliam.

Rasgados ou embutidos.