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domingo, 18 de novembro de 2007

se a vida muda num segundo
para que quero horas
alcance-me a paz
sem pressas ou corridas
venha ela a mim
para ficar

se a morte chega no mesmo segundo
quero anos
não me atinja a tormenta
com vagar ou a passo
se afaste de mim
volte para trás

se estamos vivos
não pensemos na morte
ganhemos segundos, horas, anos
busquemos o amor
e encontremo-nos nele
com pressa e com vagar
a correr e a passo
sem ficar e sem voltar atrás


6 comentários:

Pedro Branco disse...

No tempo. No meu tempo me perco sem o conhecer ou dominar sequer. Vagueio pelos seus labirintos, tento contorná-lo, fintá-lo às vezes, na penumbra dos sonhos que nos inquietam os dias e as noites. No tempo. No meu tempo me vou perdendo sem saber (nem sei se me importo) se irei chorar por ele. Porque o tempo, pode ser só o meu ou não, transborda-nos o respirar. Às vezes sufoco. Outras nem dou por isso. Fico-me sem pensar. Ou sem palavras. Desejo-me dentro dele. Do respirar no tempo que é meu. Nosso. De todos. Onde os encontros são bem mais fundamentais que a filosofia. No tempo que nos vai consumindo em doses crueis ou em pedaços de pele à solta nas fontes que nos alimentam...

pn disse...

"Sempre me teve o breve tempo febril.
Nem a dor o faz mais lento."

(154) R.R.

maria josé quintela disse...

a receita parece-me boa. já a confecção parece-me mais difícil.

as velas ardem ate ao fim disse...

A morte é um dia igual a todos os outros...apenas mais pequeno e eterno.

bjo

carteiro disse...

a morte não é mais que o apagar de luzes que não vimos outrora.
se pensássemos mais no nosso fim como um futuro indesejável, não deixaríamos o presente estagnar como tantas vezes o fazemos... ou como o faço.
tanto sentido me fazem estas tuas palavras, tão bem escritas estão, aos meus olhos.

jorge esteves disse...

As palavras passam (esvoaçam?...) do temor à esperança e oscilam, por isso, em receosas arremetidas de optimismo. Mesmo que não pareça, perpassa um odor fresco de Primavera!...

abraço