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sábado, 7 de abril de 2007


meu querido

não sei que te dizer sem recear que as minhas palavras sejam demasiado duras ou demasiado doces. sem recear que te afastem mais. sem recear parecerem humilhação.
deveria ficar-me pelo silêncio, como tu. a minha dor aí reside e aí se esconde... no teu silêncio. o teu silêncio não diz o mesmo que o meu. são silêncios que não contam a mesma história, não entoam a mesma melodia. silêncios que não dialogam.
e porque não consigo eu calar-me? porque deixo a porta entreaberta todas as noites... porque desenterro o passado que escolheste guardar... se sei que não virás, ou finjo não saber ainda e desejo que voltes, ou me iludo e penso que voltarás...
meu querido, tenho um problema: ainda penso em ti... ainda gosto de ti...
nada sei de ti. e que sabes tu de mim?
sinto-me em desvantagem... passei por tudo e fiquei sem nada... e sinto-te.
e estranho porque te sinto, estranho-me!
como gostaria de saber se me sentes... como me sentes? onde? quando?
sinto vontade de saber de ti. não deveria! talvez não....
cruzo os braços, abraço a minha impotência... suspiro.
enrosco-me em mim, desejo-te... adormeço.
quando me entender volto a escrever-te e, dessa vez, talvez coloque a carta no correio.

um beijo


(cartas quase de amor)


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