a água não me mata a sede,
pois a minha sede não é de água.
o que me mata a fome come-me
e o que me ilumina cega-me.
nada vejo...
em vão mo querem mostrar,
não vejo.
é desta cegueira...
deste excesso de luz,
da escuridão,
da transparência,
da turvação,
nem me vejo a mim!
pedirei a narciso um espelho
e verei o meu reflexo,
sem ser eu narciso.
mas não!
não tenho o reflexo de mim.
oh! reparo agora que,
na confusão, estava voltada...
de costas para a luz,
para a nitidez,
de costas para a razão,
estava eu virada de costas para mim!
7 comentários:
"a água não me mata a sede,
pois a minha sede não é de água."
... em qualquer deserto encontarás sempre um oásis! E por incrivel que pareça nele existe tudo o que necessitas! Começarás por te encontrar a ti!
Um beijo!
às vezes também é útil estar de costas. depois da cegueira, a visão torna-se muito mais lúcida.
um beijo.
lindo este poema
reflete bem as nossas incertezas
um beijo,
moon
Obrigada! :)))
É lindo o teu «espaço»!
Hoje acordei de noite mas ela não me falou. Banhou-me uma lágrima e deixou-me sentado no chão, a olhar a lua. E assim, de olhos em rio, percebi que se partiram os espelhos...
triste sina... espelhos partidos...
olhos já banhados em lágrimas...
sete anos de azar... a lua no olhar mas sentado no chão...
e ela muda... não acorde de noite... abraçe-a de dia...
Ás vezes andamos às avessas.Mas descobri-lo nem sempre é difícil.
Retoma o caminho e encontra-te.
Beijinhos
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