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terça-feira, 28 de setembro de 2010





engole o choro! - impôs entre dentes. com o olhar carregado de impaciência e as mãos carregadas de ferventes castigos. engole-me esse choro!
naquele momento não sentia dor mas revolta, estampada nos olhos. por eles faiscava um princípio de ódio que rebentava em lágrima mudas. a injustiça partia de cima. o objecto do seu amor metamorfoseava-se naqueles suplícios. com quanto amor os mesmos olhos a fitaram!
engoliu tantas lágrimas que o seu rosto se fez triste e o negro tingiu-lhe a pele, circunscrevendo os olhos e os seus beijos tomaram o sabor da amargura. cada homem que a beijava cuspia-a, como se de fel se tratasse. engole o choro! - repete a si mesma.