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segunda-feira, 24 de setembro de 2007



a luva seria branca?
doeu!
como doi sempre sem que se apercebam.
as lágrimas não saltam,
aguardam caladas o silêncio da noite.
doeu, doi sempre!
os músculos ficam tensos sem que tremam,
aguardam parados a calma da noite.
e continuou a doer, como sempre.
não entendo.
ou talvez entenda.
que posso fazer?
não me querem encostar à parede?
acabaria de vez.
pela mão de outros que a minha mão se atreve.
não mais haveria gritos.
teriam sido os últimos.
a luva não era branca,
por isso doeu mais.
falem,
não me gritem.
já me bastam os meus,
todos os dias.
silêncio!
eu sempre fui silenciosa.
não me peçam nada,
não tenho.
preciso de tempo,
retiram-mo.
um dia não basta.
nem dois.
quantos?
por favor não gritem!


6 comentários:

jorge esteves disse...

Às vezes o silêncio, mesmo a solidão, são necessários: aí, quase sempre, só ouvimos o essencial. E, desse modo, as coisas tornam-se mais claras.
E se a dor for grande, diz o Poeta, diga-se então baixinho 'sê bem comportada, ó dor, acalma-te por um bocado'.

Oxalá que amanhã o sol seja (bem) mais luminoso...
abraço

maria josé quintela disse...

há dias em que até o silêncio grita...

Anónimo disse...

GRITA, NÃO GUARDES SILÊNCIO,
QUE O SILÊNCIO FECHA A VIDA...
SOLTA ESSE TEU GRITO IMENSO,
MESMO SEM SERES OUVIDA!


EU OUVI-TE!
FORÇA, AMIGA, NÃO HÁ MAL QUE SEMPRE DURE!

BEIJINHO BAIXINHO, MAS QUE SE OUÇA...

pin gente disse...

bastava um abraço...

tchi disse...

Não venho gritar-te mas oferecer-te um arco-íris interior, para que sejas tu a escolher as cores com que desejas colorir a tua vida.
Ânimo.
Abraço.

as velas ardem ate ao fim disse...

Um abraço em profundo silencio para ti.

(o teu texto é sublime)