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terça-feira, 21 de julho de 2009

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há meses que não se viam. nesse período nem se tinham falado.
foi um encontro casual que talvez ele evitasse, se pudesse prevê-lo.
apesar do desconforto, parou para conversar.
havia razão para mágoa mas para quê lembrá-la!
o seu sorriso foi honesto, gostou de o ver.
olhou-lhe os lábios e sorriu-lhe de outra forma, não menos honesta.
denotou-lhe a pressa no estar e segredou que lhe apetecia beijá-lo.
a aflição não se fez notar, notou-lha ela no olhar fugidío. um olhar que lhe conhecera.
- não fazias isso aqui, em pleno parque!
- não?? e porque não?!
- os teus...
sorriu - estou só.
os seus olhos olharam-na nos lábios, cobiçaram-lhe a vontade de sorrir. porque sorria?
aproximou-se dele. sentiu-o fugir um pouco.
cresceu-lhe um sorriso malicioso. a língua veio em auxílio da secura dos lábios. os olhos brilharam e lançaram o seu melhor e mais puro sorriso, falaram-lhe pela boca, palavras nas entrelinhas, disseram muito do que queria que ele soubesse.
numa segunda tentativa, conseguiu tocar-lhe o ouvido:

- estou com saudades de ti. apeteces-me mas não te posso...
só porque tu não queres!
ainda conseguiu mordiscar-lhe a orelha com os lábios húmidos.
- vemo-nos por aí!
não esperou para ouvir se houve resposta, para ver se ele ficou a olhá-la...


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