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sexta-feira, 30 de março de 2007



sabia o seu nome e ela não se lembrava de já se terem cruzado.
aqui?
sim, aqui.
era loiro, agradável, a pele bronzeada do surf, vestia casualmente, de branco, parecia jovem, mais jovem que ela.
sentou-se, foi ficando como que sendo da casa. contaram-se histórias, naturalmente expostas no contexto.
olhou-a nos olhos... fitou-a, não para a fazer tremer... era um convite... ela soube que o era.
a verdade é que gostou... do convite, dos olhares... sentiu-se desejada sem desejar...
eu deixo-lho o meu contacto dos açores... é muito bonito. a minha casa fica à sua espera. vá quando quiser.

já se tinham visto. os olhos dele já lhe tinham feito convites e ela, desta vez, lembrava-se de se terem cruzado.
ainda não me visitou.
não! (era um não sensual, como se gostasse que ter dito sim)
a minha casa continua à sua espera. não foi aos açores entretanto, pois não?
não! (sorriu)
se fosse ligava-me?
não sei. (voltou ao tom sensual)
acredito que sim...
mordeu levemente os lábios para não responder ou para deixar uma resposta no ar. era o que fazia quando se sentia perdida na conversa.
o que o traz por cá?
trabalho... pelo norte...
e aqui?
bom! passei, vim ver novidades...
ah!

os projectos têm corrido bem?
sim, sim...
gostava que conhecesse a minha casa. pode lá ficar, sabe? fui eu que a contruí.
eu sei que foi, de madeira não é? sorriu, novamente sem dar a tal resposta.
continuava bonito, bronzeado, agradável, a vestir casualmente e continuava a parecer mais novo que ela.
agora, também ela se lembrava do nome dele. iria esquecer-se de lhe ligar quando fosse aos açores? iria aos açores para lhe ligar?

quando regressa?
ainda fico por cá este fim de semana. porque pergunta?
por nada, por perguntar.

ainda passo por cá antes de voltar, posso?
não vou ter novidades!
eu sei que não, é pena...
o meu amigo chegou a comprar?
já tinha comprado da última vez que cá esteve, enviei-lha agora. muita bonita!
ainda não vi, hei-de visitá-lo.

tenho que ir andando, ainda tenho que ir ver os progressos de uma obra.
até breve!
hesitou no tipo de despedida, que acabou por ser formal.
bom trabalho, até qualquer dia.

gostou de o rever... mas açores! que longe... acha que ele volta.


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